sábado, 23 de junho de 2012


Histórico do Movimento Inter-Religioso no Mundo

XIV século – Na Índia

Imperador Akbar promoveu a tolerância e o convívio pacífico entre o Islamismo eo Hinduísmo. Organizou a Ordem Fraternal DINI-LLAHI (Divina Fé) baseada na harmonia entre as pessoas e na essência do Islamismo, Brahmanismo, Cristianismo e Zoroastrismos.

 XIX Século -No  IRÃ

Maha ‘u´llh, fundador da Fé Baha’l – explicava a universalidade das religiões e seus princípios comuns, pregando a unidade da Humanidade. Todas as religiões são manifestações do plano Divino, segundo esta crença.

O primeiro evento inter-religioso oficial reunindo tradições Ocidentais e Orientais ocorreu em Chicago, em 1893. No primeiro Parlamento das Religiões do Mundo (CPWR), líderes de Dezesseis religiões participaram de sessões de diálogo e palestras inter-religiosas. Lá estava o Surami Vinekananda que trouxe o Hinduísmo para o Ocidente.

Em 1993, o segundo Parlamento das Religiões do Mundo também foi em Chicago. Este reuniu centenas de expressões espirituais e milhares der pessoas com todos os tipos de temas correlatos ao diálogo inter-religioso e às atividades culturais, espirituais e sociais das tradições religiosas. Redigiram o documento “Para uma ética Global”.

Em 1999, na cidade do Calv, uma Assembléia de Líderes Religiosos elaborou um plano de ação.

Em 2004, na cidade de Barcelona, teve como temas principais: a água; os refugiados; a violência motivada por religião. O conselho para o Parlamento das Religiões do Mundo funciona como um programa inter-religioso permanente para a região metropolitana de Chicago.

Em 1986, o Papa João Paulo II reuniu várias lideranças religiosas de diferentes orientações em Assis, na Itália. Em 2002, essa reunião novamente ocorreu.

Algumas organizações internacionais, como a Conferência Internacional sobre Religiões e Paz (WCRP), a associação Internacional para a Liberdade Religiosa (IARF) e o Congresso Mundial das Religiões (WCF), contribuem muito em processos de mediação de conflitos e promoção da liberdade religiosa.

Nos EUA, o Templo da Compreensão (Temple of Understanding) e o Centro Inter-religioso de Nova Iorque (NYIC) promoveram várias metodologias de diálogo inter-religioso.

Em 1994, em Oxford na Inglaterra, surgiu o Centro Inter-religioso Internacional (IIC) que vem, contribuindo com a realização de Seminários Acadêmicos, publicação de um excelente boletim, além de diversas outras publicações sobre o tema. Articulando assim uma produtiva fundamentação filosófica para o diálogo inter-religioso.

O Banco Mundial também deu início a um processo de diálogo inter-religioso voltado para o tema do desenvolvimento e da pobreza, denominado World Faith Dialog ou Denelopment (WFDD). Originando um grupo de religiosos e acadêmicos com uma visão espiritual profunda sobre as causas da miséria. Independente voltado para as questões sociais e promovendo o diálogo inter-religioso.

No Brasil, a Legião da Boa Vontade (LBV) pode ser considerada a primeira instituição a promover o diálogo inter-religioso. Desta forma, em 1949, a LBV teve a feliz iniciativa de reunir representantes de todos os credos, confraternizados cada um per si, expondo as bases respectivas doutrinárias. Realizando reuniões com representantes do Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo, Budismo, Maometismo, Positivismo, Esoterismo, Umbandismo, etc.

A Iniciativa das Religiões Unidas - URI e sua história no Brasil :

É uma organização enraizada em Valores Humanos Universais e dedicada a promover o diálogo e a cooperação inter religiosa. A URI está presente em mais de cinqüenta países, desenvolvendo ações comunitárias com a participação de 88 ( oitenta e oito ) Tradições Espirituais. A agenda da URI compreende os direitos humanos, a ecologia, a economia justa, a cultura da paz e o diálogo inter religioso.

Surgiu em São Francisco, na Califória, EUA, em 1986, por ocasião das comemorações do cinqüentenário da ONU. O Arcebispo anglicano Wiliam Swing foi convidado pela ONU para organizar uma grande celebração inter religiosa. Isso fez com que ele refletisse sobre a necessidade de promover o diálogo e a cooperação entre religiões em caráter permanente.

Com este sonho, ele viajou pelo mundo, buscando compartilhar sua visão e conhecer melhor outras iniciativas inter religiosas. Através de cinco grandes encontros anuais, a URI reuniu de 1996 à 2000 mais de mil pessoas dedicadas ao diálogo inter religioso e à construção da Cultura da Paz, envolvendo pessoas de mais de oitenta tradições religiosas, grupos espirituais e nações indígenas, que escreveu conjuntamente a Carta da URI, composta pelo propósito que sintetiza seu compromisso ético e espiritual com a Cultura da Paz e pelos princípios que orientam as diretrizes para a cooperação e o desenvolvimento das atividades propostas. Este documento foi assinado em Junho de 2000, data de seu lançamento oficial mundial.

Propósito :

Contribuir para a erradicação da violência de motivação religiosa e criar culturas de paz, justiça e cura para a Terra e para todos os seres vivos.

A URI no Brasil :

No Brasil, a URI passou a ser representada pelo Movimento Inter Religioso do Estado do Rio de Janeiro – MIR/RJ, em Julho de 1997, após seu Coordenador André Porto haver participado da II Conferência Global da URI. A espiritualidade e a experiência brasileira tiveram um papel significativo na formação da URI.

No fim de 1998, por ocasião da visita ao Brasil do Padre Luis Dolan, Coordenador Latino Americano da URI até seu falecimento em Outubro de 2000, surgiu a idéia de um encontro nacional da URI que reunisse pela primeira vez as diversas iniciativas inter religiosas espalhadas pelo país.

Nesta época, um núcleo de amigos da URI começou a formar-se em São Paulo, fazendo uma parceria com o MIR/RJ para organizar o evento, passando a formar uma comissão de voluntários representantes da URI no país, através de suas instituições ou individualmente. O papel das instituições Palas Athena, Instituto de Estudos da Religião – ISER, WBA – World Business Academy, Instituto Arapoty e Brahma Kumaris foi crucial para garantir a credibilidade ao evento, pois quase ninguém ainda conhecia a URI. O Reverendo Charles Gibbs, Diretor Executivo da URI, coordenou a organização do mesmo.

Em 1999, na cidade de Itatiaia, aconteceu o I Encontro Nacional Inter Religioso – “Criando uma visão de Diálogo no Brasil”, com vinte e cinco tradições espirituais e seis nações indígenas, de quinze estados brasileiros. Foi um marco na história do diálogo inter religioso no Brasil, originou o Círculo de Cooperação de São Paulo – CC/SP. A URI passou a ser referência na prática inter relligiosa.

Em Junho de 2000, em Pittsburg, EUA, houve a cerimônia de assinatura da Carta da URI.

Em Agosto de 2002, ocorreu o primeiro grande Encontro da URI, fora dos EUA, na I Assembléia Global, na cidade do Rio de Janeiro, com o tema “Compartilhar o Sagrado e Servir ao Mundo”. Com cerca de trezentos delegados de cinqüenta países. O evento foi organizado pela URI, pelo MIR/RJ, pelo VIVA-RIO e pelo CC/SP. Simultaneamente à Assembléia, aconteceu o evento público da Aldeia Sagrada. Após esta Assembléia no Rio de Janeiro, surgiram os Círculos de Cooperação de Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Há núcleos em formação em Porto Alegre, Florianópolis, Ribeirão Preto, Brasília, Salvador e Recife.


O Centro de Referência à Discriminação Religiosa – CRDR :

O CRDR é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, registrada no Ministério da Justiça, tendo como propósitos:

·     Garantir a liberdade de crença e culto, preconizada pelo art. 5°, da Constituição Federal de 1988;

·     Divulgar e defender a Carta Universal de Direitos Humanos da ONU;

·     Cumprir a delegação estadual de diversidade religiosa junto ao Plano Nacional de Direitos Humanos;

·     Colaborar na execução da reformulação dos Planos Estaduais e Municipais de Direitos Humanos;

·     Desenvolver a institucionalização das Casas de Tradição Religiosa;

·     Promover o intercâmbio do diálogo inter religioso;

·     Promover ações afirmativas e sociais para a prevenção primária da violência;

·     Apoiar ações que visem a melhoria, o respeito à cidadania e o aprimoramento das relações entre pessoas e nações;

·     Defender as leis de inclusão e lutar pelo aprimoramento das leis que coíbam qualquer forma de discriminação;

·     Defender todas as pessoas ou tradições religiosas ameaçadas pela discriminação;

·     Promover esforços na captação de recursos para apoiar ações que visem o bem estar coletivo, a capacitação profissional, a difusão da cultura e da religiosidade e a paz no planeta;

·     Difundir os Valores Humanos Universais – Verdade, Ação Correta, Paz, Amor e Não Violeência.











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