Histórico do Movimento Inter-Religioso no Mundo
XIV século – Na Índia
Imperador Akbar promoveu a tolerância e
o convívio pacífico entre o Islamismo eo Hinduísmo. Organizou a Ordem Fraternal
DINI-LLAHI (Divina Fé) baseada na harmonia entre as pessoas e na essência do
Islamismo, Brahmanismo, Cristianismo e Zoroastrismos.
XIX Século -No IRÃ
Maha ‘u´llh, fundador da Fé Baha’l – explicava a
universalidade das religiões e seus princípios comuns, pregando a unidade da
Humanidade. Todas as religiões são manifestações do plano Divino, segundo esta
crença.
O primeiro evento
inter-religioso oficial reunindo tradições Ocidentais e Orientais ocorreu em
Chicago, em 1893. No primeiro Parlamento das Religiões do Mundo (CPWR), líderes
de Dezesseis religiões participaram de sessões de diálogo e palestras
inter-religiosas. Lá estava o Surami Vinekananda que trouxe o Hinduísmo para o
Ocidente.
Em 1993, o segundo Parlamento das
Religiões do Mundo também foi em Chicago. Este reuniu centenas de expressões
espirituais e milhares der pessoas com todos os tipos de temas correlatos ao
diálogo inter-religioso e às atividades culturais, espirituais e sociais das
tradições religiosas. Redigiram o documento “Para uma ética Global”.
Em 1999, na cidade do Calv, uma
Assembléia de Líderes Religiosos elaborou um plano de ação.
Em 2004, na cidade de Barcelona, teve
como temas principais: a água; os refugiados; a violência motivada por
religião. O conselho para o Parlamento das Religiões do Mundo funciona como um
programa inter-religioso permanente para a região metropolitana de Chicago.
Em 1986, o Papa João Paulo II reuniu
várias lideranças religiosas de diferentes orientações em Assis, na Itália. Em
2002, essa reunião novamente ocorreu.
Algumas organizações internacionais,
como a Conferência Internacional sobre Religiões e Paz (WCRP), a associação
Internacional para a Liberdade Religiosa (IARF) e o Congresso Mundial das
Religiões (WCF), contribuem muito em processos de mediação de conflitos e
promoção da liberdade religiosa.
Nos EUA, o Templo da Compreensão
(Temple of Understanding) e o Centro Inter-religioso de Nova Iorque (NYIC)
promoveram várias metodologias de diálogo inter-religioso.
Em 1994, em Oxford na Inglaterra,
surgiu o Centro Inter-religioso Internacional (IIC) que vem, contribuindo com a
realização de Seminários Acadêmicos, publicação de um excelente boletim, além
de diversas outras publicações sobre o tema. Articulando assim uma produtiva
fundamentação filosófica para o diálogo inter-religioso.
O Banco Mundial também deu início a um processo de
diálogo inter-religioso voltado para o tema do desenvolvimento e da pobreza,
denominado World Faith Dialog ou Denelopment (WFDD). Originando um grupo de
religiosos e acadêmicos com uma visão espiritual profunda sobre as causas da miséria.
Independente voltado para as questões sociais e promovendo o diálogo
inter-religioso.
No Brasil, a Legião da Boa Vontade
(LBV) pode ser considerada a primeira instituição a promover o diálogo
inter-religioso. Desta forma, em 1949, a LBV teve a feliz iniciativa de reunir
representantes de todos os credos, confraternizados cada um per si, expondo as bases respectivas
doutrinárias. Realizando reuniões com representantes do Catolicismo,
Protestantismo, Espiritismo, Budismo, Maometismo, Positivismo, Esoterismo,
Umbandismo, etc.
A Iniciativa
das Religiões Unidas - URI e sua história no Brasil :
É uma organização enraizada em Valores
Humanos Universais e dedicada a promover o diálogo e a cooperação inter
religiosa. A URI está presente em mais de cinqüenta países, desenvolvendo ações
comunitárias com a participação de 88 ( oitenta e oito ) Tradições Espirituais.
A agenda da URI compreende os direitos humanos, a ecologia, a economia justa, a
cultura da paz e o diálogo inter religioso.
Surgiu em São Francisco, na Califória, EUA, em 1986,
por ocasião das comemorações do cinqüentenário da ONU. O Arcebispo anglicano
Wiliam Swing foi convidado pela ONU para organizar uma grande celebração inter
religiosa. Isso fez com que ele refletisse sobre a necessidade de promover o
diálogo e a cooperação entre religiões em caráter permanente.
Com este sonho, ele viajou pelo mundo, buscando
compartilhar sua visão e conhecer melhor outras iniciativas inter religiosas.
Através de cinco grandes encontros anuais, a URI reuniu de 1996 à 2000 mais de
mil pessoas dedicadas ao diálogo inter religioso e à construção da Cultura da
Paz, envolvendo pessoas de mais de oitenta tradições religiosas, grupos
espirituais e nações indígenas, que escreveu conjuntamente a Carta da URI, composta pelo propósito
que sintetiza seu compromisso ético e espiritual com a Cultura da Paz e pelos
princípios que orientam as diretrizes para a cooperação e o desenvolvimento das
atividades propostas. Este documento foi assinado em Junho de 2000, data de seu
lançamento oficial mundial.
Propósito :
Contribuir para a erradicação da violência de
motivação religiosa e criar culturas de paz, justiça e cura para a Terra e para
todos os seres vivos.
A URI no Brasil :
No Brasil, a URI passou a ser representada pelo Movimento
Inter Religioso do Estado do Rio de Janeiro – MIR/RJ, em Julho de 1997, após
seu Coordenador André Porto haver participado da II Conferência Global da URI.
A espiritualidade e a experiência brasileira tiveram um papel significativo na
formação da URI.
No fim de 1998, por ocasião da visita ao Brasil do
Padre Luis Dolan, Coordenador Latino Americano da URI até seu falecimento em
Outubro de 2000, surgiu a idéia de um encontro nacional da URI que reunisse
pela primeira vez as diversas iniciativas inter religiosas espalhadas pelo
país.
Nesta época, um núcleo de amigos da URI começou a
formar-se em São Paulo, fazendo uma parceria com o MIR/RJ para organizar o
evento, passando a formar uma comissão de voluntários representantes da URI no
país, através de suas instituições ou individualmente. O papel das instituições
Palas Athena, Instituto de Estudos da Religião – ISER, WBA – World Business
Academy, Instituto Arapoty e Brahma Kumaris foi crucial para garantir a
credibilidade ao evento, pois quase ninguém ainda conhecia a URI. O Reverendo
Charles Gibbs, Diretor Executivo da URI, coordenou a organização do mesmo.
Em 1999, na cidade de Itatiaia, aconteceu o I
Encontro Nacional Inter Religioso – “Criando uma visão de Diálogo no Brasil”,
com vinte e cinco tradições espirituais e seis nações indígenas, de quinze
estados brasileiros. Foi um marco na história do diálogo inter religioso no
Brasil, originou o Círculo de Cooperação de São Paulo – CC/SP. A URI passou a
ser referência na prática inter relligiosa.
Em Junho de 2000, em Pittsburg, EUA, houve a
cerimônia de assinatura da Carta da URI.
Em Agosto de 2002, ocorreu o primeiro grande
Encontro da URI, fora dos EUA, na I Assembléia Global, na cidade do Rio de
Janeiro, com o tema “Compartilhar o
Sagrado e Servir ao Mundo”. Com cerca de trezentos delegados de cinqüenta
países. O evento foi organizado pela URI, pelo MIR/RJ, pelo VIVA-RIO e pelo
CC/SP. Simultaneamente à Assembléia, aconteceu o evento público da Aldeia
Sagrada. Após esta Assembléia no Rio de Janeiro, surgiram os Círculos de
Cooperação de Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.
Há núcleos em formação em Porto Alegre, Florianópolis, Ribeirão Preto,
Brasília, Salvador e Recife.
O Centro de Referência à Discriminação Religiosa – CRDR :
O CRDR é uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIP, registrada no Ministério da Justiça, tendo como
propósitos:
·
Garantir a liberdade de crença e culto,
preconizada pelo art. 5°, da Constituição Federal de 1988;
·
Divulgar e defender a Carta Universal de
Direitos Humanos da ONU;
·
Cumprir a delegação estadual de diversidade
religiosa junto ao Plano Nacional de Direitos Humanos;
·
Colaborar na execução da reformulação dos Planos
Estaduais e Municipais de Direitos Humanos;
·
Desenvolver a institucionalização das Casas de
Tradição Religiosa;
·
Promover o intercâmbio do diálogo inter
religioso;
·
Promover ações afirmativas e sociais para a
prevenção primária da violência;
·
Apoiar ações que visem a melhoria, o respeito à
cidadania e o aprimoramento das relações entre pessoas e nações;
·
Defender as leis de inclusão e lutar pelo
aprimoramento das leis que coíbam qualquer forma de discriminação;
·
Defender todas as pessoas ou tradições
religiosas ameaçadas pela discriminação;
·
Promover esforços na captação de recursos para
apoiar ações que visem o bem estar coletivo, a capacitação profissional, a
difusão da cultura e da religiosidade e a paz no planeta;
·
Difundir os Valores Humanos Universais –
Verdade, Ação Correta, Paz, Amor e Não Violeência.
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